05/02/2013

Homicídio lá no Vale - 05/02/2013

Mais um morreu hoje lá no Vale.
Mas não foi morte morrida, como deveria ser.
Foi morte matada.
E o presunto estava vestido de branco,
porque não era carne de primeira - nem de segunda...
Foi na terça a tarde.
Quem disse que foi acerto não disse.
Quem disse que foi desavença não disse.
Quem disse que foi 'talharisse' não disse.
E quem disse que foi acidente se enganou.

E Deus, chorando aos seus pés, entristecido,
não pode fazer nada, a não ser consolar os parentes.

O agente bem-feitor do ato irreversível correu.
Sua alma está viva na chama do pecado.
Se não tiver arrependimento haverá desespero.
Daí Deus não consolará o pobre coitado,
vítima da história.

O bar fechou, mas amanhã ele abre novamente.
E o cheiro de pinga apaziguará o cheiro de sangue,
até a próxima dívida...

A Vila Pacheco também continuará lá,
e posso ver e contar as rodas que passarão
por cima do asfalto vermelho da periferia brasileira



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